A população de Rondonópolis e região respondeu ao chamado e participou em massa da audiência pública realizada para abordar a problemática da obra de duplicação da BR-163/364 e a cobrança do pedágio. A audiência realizada por iniciativa do senador José Antônio Medeiros aconteceu em um momento crítico em que os usuários da rodovia, especialmente no trecho entre Rondonópolis e Cuiabá, pagam três taxas de pedágio e trafegam por uma pista extremamente danificada.
Além da comunidade local, a Câmara Municipal estava cheia de lideranças comunitárias, representantes de entidades de classe, profissionais liberais, políticos e ex-políticos da cidade que foram mostram a insatisfação com que o governo federal está tratando essa importante rodovia que liga o Centro Oeste à região Norte do país.
A audiência começou com a apresentação de vídeos de cidadãos e comuns e reportagens de TV ilustrando as várias fazes da duplicação, instalação, anúncio e início da cobrança do pedágio e também da situação em que se encontra o pavimento nos últimos dias.
O público presente aproveitou o espaço aberto pelo Senado Federal para expor suas opiniões publicamente e fizeram suas explanações e considerações, em sua maioria negativas, a respeito da obra, da cobrança do pedágio e da situação da rodovia. “Todos os dias me despeço dos meus filhos porque não sei se vou voltar”, revelou a professora Valéria, que trabalha em uma faculdade em Jaciara.
Os representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) e da empresa detentora da concessão Rota do Oeste também estavam presentes e ouviram os comentários inflamados e indignados da população e profissionais que atuam no município. O advogado Ednaldo Aguiar, bradou que se sente um palhaço e que não pode aceitar a situação da rodovia e ainda pagar para trafegar por ela. Na opinião dele, a presidente Dilma Rousseff deveria ser processada por homicídio culposo pelas vidas que estão sendo perdidas nessa estrada.
O presidente da ACIR, José Luiz Gonçales Ferreira, embasou sua fala em contas feitas de acordo com o valor que está sendo pago para construção de cada km duplicado. “A conta tem muitos dígitos, mas é bem simples de se entender. Se a Rota do Oeste investisse o valor integral arrecadado nas nove praças de pedágio, com um acréscimo de menos de 4 reais, em 19 meses seria arrecadado o valor que falta para duplicar o restante do trecho Rondonópolis-Cuiabá”, explicou.
O contador sugeriu que, como já foram licitadas três empresas e existe um contrato com a Rota do Oeste, seria necessário fazer um aditivo no contrato indicando que quem passaria o dinheiro – arrecadado com o pedágio – para o término da obra seria a própria Rota do Oeste e não mais o DNIT.