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Obras param a espera de projetos de mudanças

Obras de duplicação das BRs 163 e 364 a partir do Posto Masut Trevão até a Cervejaria Petrópolis – em direção a Campo Grande; e do mesmo Posto até o Córrego Lourencinho – rumo a Goiânia; e as obras de infraestrutura dos Distritos Industriais com recursos de emendas parlamentares. Os três assuntos foram debatidos na tarde dessa terça-feira, 11, na sede da Associação dos Transportadores de Cargas- ATC e Sindicato das Empresas Transportadoras de Cargas – Setcarr.

A reunião, solicitada pela ATC, Setcarr e Acir – por meio dos diretores dos Distritos Industriais, trouxe para Rondonópolis os responsáveis do DNIT nacional e regional – MT, Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT e o senador Wellington Fagundes. Além disso compuseram a mesa representantes da Prefeitura- Sinfra e Desenvolvimento Econômico, e da Câmara de Vereadores foi coordenada pelo diretor da ATC Miguel Mendes.

O senador Wellington lembrou que Rondonópolis concentra hoje o maior modal de transporte de cargas por meio da ferrovia e rodovias e que passa por aqui grande parte dos produtos agropecuários que são exportados. “Por isso a logística é fundamental para o desenvolvimento do Estado e, justamente aqui em Rondonópolis, está o maior entrave rodoviário de Mato Grosso, a travessia urbana que acaba por trazer enormes prejuízos financeiros e sociais”.

O presidente do Setcarr, Paulo Tedesco resumiu o problema da seguinte forma, a prefeitura parou a obra de duplicação do trecho da BR 163, que desafogaria o tráfego entre o Posto Trevão até a Cervejaria até que não sejam feitas ‘obras sociais’ no outro trecho que cruza a cidade na travessia entre o Trevão e a Polícia Rodoviária, como passarelas e viadutos. “Isso quer dizer que enquanto não soluciona uma questão nova, não podemos ver um projeto tão antigo ser concluído, isso chega a ser irônico”.

O presidente da Acir, Juarez Orsolin se posicionou como uma das Entidades promotoras do encontro, e reforçou que essa é a hora de buscar os caminhos para que sejam atendidos todos os lados. “Nós enquanto agentes de desenvolvimento – empresários, queremos essas obras prontas, a duplicação e outras obras que desafoguem esse trânsito de mais de 15 mil caminhões todos os dias. Enquanto isso entendemos a necessidade dessas obras sociais, mas não podemos parar os projetos. Vamos solucionar da maneira mais coerente possível”.

A necessidade de obras que não estão no projeto inicial, como duas passarelas na altura dos bairros mais movimentados que ficam do outro lado da rodovia, foram apontadas recentemente pela prefeitura, que acabou por impedir a continuidade do projeto no outro sentido – em direção a Campo Grande, atrelando as obras de duplicação à realização dessas obras chamadas ‘sociais’. A secretária de Infraestrutura do Município, Nívia Calzolari disse que a intenção do prefeito não é criar empecilhos, mas sim apontar necessidades. “Nós estamos preocupados com a população que mora ou trabalha do outro lado da rodovia e que precisa atravessar a pé ou de bicicleta. Por isso estamos solicitando a realização dessas obras”.

O superintendente de Exploração de Infraestrutura Rodoviária da ANTT, Fábio Luiz de Lima Freitas, disse que uma vontade do prefeito não é suficiente para que uma obra seja alterada, ampliada, orçada e executada. “A única coisa que está faltando é o entendimento da prefeitura de que as coisas funcionam diferente. Precisamos de projeto, de justificativa, de solicitação oficial. É simples, mas precisa ser oficializado, caso contrário não existe a possibilidade”.

O posicionamento do DNIT por meio do diretor de Infraestrutura, Luiz Antonio Garcia, foi o mesmo da ANTT. “Não temos nada oficializado pela prefeitura de Rondonópolis sobre essas obras extras que não existem no projeto inicial. Entendemos a necessidade, mas tanto o DNIT, como a ANTT, o Ministério dos Transportes, enfim, o governo federal precisa de projeto, de oficialização para executar qualquer obra. Só falta isso pelo que entendemos. Solicitamos à secretária que providencie a oficialização dos pedidos e a liberação das outras obras no trecho que segue em direção a Campo Grande até a cervejaria”.

Outros apontamentos foram feitos pela ANTT e DNIT, que garantiram que a redução do número de acidentes, a viabilidade do tráfego, a redução de transtornos para as populações que vivem às margens de rodovias movimentadas são pontos que refletem diretamente nas decisões de realização de obras de infraestrutura. “Nosso ponto final é a população, é para as pessoas que são feitas as obras, elas são nosso alvo”, disse o diretor da ANTT, Fábio Lima de Freitas.

O diretor presidente da Rota do Oeste, concessionária que administra a rodovia, Diogo Santiago, também explicou as razões pelas quais as obras em questão não estão no planejamento da empresa. “Nós precisamos de autorização para alterar projetos, adicionar obras e até mesmo opinar sobre o que temos contratado. Tudo o que vier em documento para execução, certamente estaremos cumprindo. Só não podemos comprometer a Empresa com as vontades de moradores, de prefeitos, enfim, precisamos de oficialização para executar qualquer obra”, reforçou o diretor da concessionária.

O presidente da ATC, Adelino Bissoni, encerrou o encontro agradecendo a presença e os esclarecimentos trazidos pelas autoridades e lembrou que agora o negócio é não parar as obras autorizadas. “Vamos terminar com esse impasse, buscar as adequações aos projetos iniciais e a oficialização de outros projetos. Queremos que a prefeitura faça essas solicitações por meio de documentos e assim possam ser incluídas em obras futuras. A questão agora é resolver por partes até que tudo fique de acordo com a vontade e as necessidades da população”.

Cláudia Bouviê

 

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