A grande quantidade de moradores de rua que permanecem vagando sem destino em Rondonópolis não é problema atual e preocupa toda a sociedade. Além de causar incômodo, especialmente para quem tem residência na região central da cidade, a presença dessas pessoas nas regiões onde são desenvolvidas atividades comerciais na cidade preocupa ainda mais, pois em muitos casos, em busca de dinheiro fácil para o uso de drogas, acabam cometendo pequenos delitos.
Pensando nisso, foi realizado em Rondonópolis o 3º Seminário da Casa Esperança que esse ano abordou o tema “Os desafios e caminhos percorridos na luta contra as drogas”. A Casa Esperança é uma entidade que atende homens dependentes químicos ou alcoólicos e oferece tratamento completo para a reabilitação e é mantida com o apoio de empresas parceiras e doações de pessoas da comunidade.
“Neste espaço nós tratamos da questão das drogas, apresentamos um caminho que possa ser percorrido para a libertação do vício e também um quadro da situação de moradores de rua e dependentes químicos da cidade”, explica Abadia Rosa Miranda, presidente e fundadora da Casa Esperança. Ela ressalta que os custos para manutenção dos trabalhos e pagamento dos profissionais é alto, por isso precisa constante de apoio financeiro ou em produtos.
Além dos cerca de 60 internos que são atendidos atualmente, a Casa Esperança possui estrutura para dobrar a quantidade de pessoas atendidas, mas para isso, Abadia Miranda destaca que precisa de mais parceiros que possam ter o compromisso de contribuir com a entidade por pelo menos alguns meses.
A Associação Comercial Industrial e Empresarial de Rondonópolis (ACIR) é parceira da entidade, visto que a dependência química é um problema que afeta também no comércio da cidade. O vice-presidente da ACIR, Armando Pereira Chaves, participou do Seminário e comentou da importância que o trabalho da Casa Esperança tem para a sociedade. O empresário acredita que projetos como esse devem ter o apoio da sociedade, uma vez que qualquer pessoa corre o risco de em algum momento necessitar do serviço. “Na questão do comércio, com mais vagas de internação menos dependentes estarão pelas ruas causando desconforto nas proximidades das lojas”, comentou.
O evento teve início com o depoimento da historia de superação de um ex-interno da Casa, na sequência foram apresentadas as “Estatísticas e competências” da Polícia Militar e as “Consequências do uso abusivo de drogas”, com a promotora de justiça, Joana Ninis. No segundo dia do Seminário foram debatidas “A origem das drogas”, liderado pelo professor e advogado Carlos Vanzelli; a “Realidade das drogas sob o ponto de vista clínico”, com o médico César Balduíno. “As novas drogas da sociedade” foi a temática apresentada pelo médico psiquiatra, Diego Vacari.
Também foram apresentados durante o evento o trabalho de prevenção que a OAB/MT tem realizado, as consequências emocionais das drogas nos usuários e finalizou com os custos que a saúde pública tem com os usuários de drogas.